O Banco do Brasil anunciou nesta quinta, 9, condições especiais de apoio aos produtores de hortaliças, frutas e flores/plantas ornamentais. Ao todo, 44 mil contratos poderão ter suas parcelas prorrogadas para 180 dias após o vencimento nas operações de custeio e 1 ano nas de investimento.
Além da possibilidade de prorrogação, o Banco do Brasil disponibilizou R$ 25 bilhões para reforçar suas linhas de crédito voltadas ao agronegócio: R$ 5 bi para comercialização, R$ 15 bi para o financiamento da produção agropecuária, R$ 2 bi para operações de investimento e R$ 3 bi para capital de giro.
O comentarista Miguel Daoud, no entanto, acredita que poderia ser feito muito mais pelo setor. “Gostaria de fazer uma comparação do que está sendo oferecido para os produtores rurais e para os empresários. Nós temos no Congresso o pacote do orçamento de guerra, que tem um item que diz que o Banco Central vai poder comprar dívidas de empresas. A previsão é de que sejam usados até R$ 1 trilhão, mas não acredito isso, mas que seja R$ 500 bilhões”, disse.
Para Daoud, o que se propõe é uma espécie de securitização para as empresas, ao contrário do que é feito com o meio rural. “Há quanto tempo a gente vem pedindo a securitização de dívidas dos arrozeiros, do pessoal do café ou até para quem foi afetado pelo clima. Mas vocês acham que pegar bilhões públicos para ajudar empresas, que não se sabe se vão pagar, é a solução? Tudo isso para mim é hipocrisia”, comentou.