Nas últimas décadas, as exportações brasileiras de carnes e produtos de origem animal apresentaram significativo crescimento. Segundo estudo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), atualmente, o país sustenta o posto de maior exportador de carne bovina e de aves e quarto maior de carne suína do mundo.
Tais ganhos nas vendas externas estiveram atrelados, entre outros fatores, a ganhos de produtividade e de competitividade e ao aprimoramento do sistema de defesa sanitária animal. Em particular, este último fator tem sido recorrentemente discutido em diversos fóruns internacionais e entre autoridades em negociações de comércio entre países.
Para o instituto de pesquisa, o aumento da importância da questão sanitária veio em conjunto com preocupações dos mercados consumidores relacionadas à segurança alimentar, à sustentabilidade e ao bem-estar animal. Dessa forma, as medidas sanitárias têm sido cada vez mais presentes no comércio internacional de produtos de origem animal.
Nesse contexto, ao longo dos últimos anos, o Brasil tem promovido políticas e formulado programas de controle e erradicação de diversas doenças animais, na busca pela garantia da qualidade do produto nacional e pela consequente construção de uma imagem positiva no mercado externo.
Em maio de 2018, por exemplo, o Brasil foi reconhecido como país livre de febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Santa Catarina segue como exceção, sendo o único estado brasileiro reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007.
Para a pesquisadora Taís Cristina Menezes, o Brasil precisa investir bem mais na área de proteção sanitária já que os métodos e equipamentos usados são muito ultrapassados. “Esses investimentos devem ser feitos com o setor público e privado juntos. Nosso sistema tem muito para avançar ainda’, afirma ela.