A economia da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2019. O resultado, divulgado nesta segunda-feira, 19, veio abaixo do esperado na avaliação do mercado financeiro. Os dados mostram ainda que o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático é de 0,7% nos primeiros nove meses do ano na comparação com 2019.
Mesmo com desempenho abaixo do previsto, o resultado do terceiro trimestre mostrou aceleração se comparado ao avanço de 3,2% no segundo trimestre. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o desempenho superior ao esperado, a China deve ser a única grande economia mundial a registrar crescimento em 2020, de aproximadamente 1,9%.
Recentemente, o presidente da China Xi Jinping deixou claro que a economia do seu país deve tirar o foco das exportações para priorizar o desenvolvimento da tecnologia e investimentos no mercado interno. Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, essa política tem um efeito positivo para o agronegócio brasileiro.
“A China está querendo desenvolver o seu mercado interno e quando você diminui as suas exportações e aumenta as importações, você deixa de produzir para o seu país, que compõe o PIB, para importar, que está produzindo fora. Então há, sem dúvida, uma diminuição do PIB para ter um equilíbrio para que ele não cresça muito forte” explica.
Com uma população de mais de 1.4 bilhão de pessoas, a China precisa atrair parte dessa população para o consumo e, o único país com disponibilidade para alimentar o povo chinês é o Brasil, acredita Daoud. “O Brasil está em um momento em que a demanda por alimento vai continuar. Temos um mercado, mas o que não temos é a consciência que ter uma produção geográfica no Brasil onde a gente pode ofertar os produtos para o mercado externo e interno. Vivemos um momento fantástico para a agropecuária, mas a economia caminha para um abismo porque não estamos cuidando de certas coisas”, finaliza.