O dólar comercial atingiu nesta quinta, 14, o maior valor da história durante o pregão, chegando na máxima de R$ 5,973. Às 11h09, a moeda atingia R$ 5,966, alta de 1,05%. Na quarta, 13, o dólar fechou no maior valor da história, a R$ 5,901.
O mercado acompanha o mau humor que prevalece no exterior em meio à maior aversão ao risco com receio de uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus nos países que relaxaram as medidas de isolamento social, além de investidores ainda digerirem o discurso do presidente do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano, Jerome Powell, de que mais medidas de estímulo fiscal podem ser necessárias.
A equipe econômica do Bradesco ressalta que, além do temor com uma nova onda de contaminação em países que estão reabrindo as economias e com as tensões entre Estados Unidos e China, investidores estão repercutindo a sinalização de que o FED não praticará juro negativo.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, contrapõe a ideia de que o discurso de Powell seja motivo de surpresa. “Ainda é difícil entender a reação dos investidores às declarações de Powell sobre o estado da economia norte-americana e a necessidade de estímulos adicionais. A fala foi concisa e sem grandes novidades, porém, mostra a necessidade do mercado de um gatilho para a correção dos ativos”, pondera.
Para o gerente da mesa de câmbio de uma corretora nacional, aqui, acompanharemos mais uma sessão de dólar pressionado, não só seguindo o exterior, mas com ruídos políticos e os riscos fiscais que não dão trégua.
Nos últimos dias, os investidores também repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a Selic (taxa básica de juros) para 3% ao ano. Além de reduzir a taxa além do estimado, o BC indicou que pretende promover novo corte de até 0,75 ponto percentual em junho, o que poderia levar a Selic para 2,25% ao ano.