Economia

Dólar atinge R$ 5,93 após Fed não descartar juros negativos nos EUA

Presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, levantou possibilidade de juros negativos e disse que o órgão poderá oferecer novos estímulos monetários, o que levanta preocupações sobre economia do país

O dólar comercial atingiu na manhã desta quarta-feira, 13, o maior valor da história durante o pregão, indo a R$ 5,93. Às 11h38 de Brasília, o dólar à vista tinha alta de 0,85%, negociado a R$ 5,9210 para venda

O mercado reage ao discurso do presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano, também chamado de “Fed”), Jerome Powell, que além de levantar a possibilidade de juros negativos por lá, disse que o órgão poderá oferecer novos estímulos monetários à economia dos Estados Unidos.

“Na primeira hora, o dólar acompanhou o movimento externo com a valorização das moedas de países emergentes. Porém, o mercado reagiu às falas de Powell que, em resumo, anunciou que deve ser preciso emitir novos estímulos monetários para conter a derrocada da economia norte-americana”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Powell declarou que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levanta preocupações de longo prazo, uma vez que recessões prolongadas podem deixar danos na capacidade produtiva da economia, desencorajar o investimento, limitar empregos e deixar a renda estagnada.

“Devemos fazer o possível para evitar esses resultados e isso pode exigir medidas políticas adicionais. No Fed, continuaremos a usar nossas ferramentas ao máximo até que a crise passe e a recuperação econômica esteja em andamento”, destacou. O presidente do Fed ainda reforçou que não descarta a possibilidade de “juros negativos” nos Estados Unidos.

Segundo Rugik, investidores domésticos entenderam que a economia dos Estados Unidos deverá ter uma piora ainda maior do que o esperado atualmente. “Se lá fora está ruim, imagina aqui. Nessa disparada da moeda, há uma corrida por proteção, por uma compra forte de dólar e vira um efeito manada. O que a gente chama de stop loss”, reforça.

Depois de a moeda renovar máximas históricas sucessivas, o Banco Central (BC) anunciou um leilão de swap cambial tradicional, ou seja, venda de dólares no mercado futuro disponibilizando até US$ 500 milhões. Porém, o profissional da Correparti diz que a autoridade monetária deveria fazer, adicionalmente, a operação de venda de dólares no mercado à vista. “Isso certamente acalmaria os ânimos. O dólar se aproxima de R$ 6 e esse nível não é bom para ninguém”, reforça.