Após chegar a subir 2,51% ao ser negociado a R$ 5,6740, o dólar comercial fechou a sessão com avanço de 0,39%,cotado a R$ 5,5570 para venda. Para chegar a esse resultado, o Banco Central (BC) teve que realizar dois leilões da moeda no mercado à vista, que juntos somaram mais de US$ 1,0 bilhão. Colaborou para isso, a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, se dizendo a favor dos vetos presidenciais ao reajuste dos profissionais da saúde.
Rodrigo Maia defendeu hoje em coletiva à imprensa que a manutenção do veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, a dispositivos que tratam do reajuste de servidores dentro da lei de auxílio a estados e municípios durante o estado de calamidade pública. Junto a líderes durante a coletiva, que comumente é feita pelo presidente sozinho, Maia afirmou que os líderes entendem “que esse veto é muito importante a sua manutenção, para que a gente possa dar uma sinalização clara, atendendo estados e municípios, mas tudo dentro do equilíbrio fiscal”.
O canal rural foi ouvir analistas financeiros, que explicaram essa volatilidade da moeda norte-americana. Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o problema encontrado na economia brasileira é a instabilidade fiscal. “O problema fiscal tem sido grave e um dos maiores dificultadores de retorno de investimentos no Brasil. Depois de um ciclo muito intenso na queda da taxa de juros pelo Copom, O Brasil deixou de ser atraente para os investimentos internacionais. Agora, nós temos como principal ponto os gastos do governo com todos os problemas pandêmico, que gera um repelimento do investidor estrangeiro e uma grande volatilidade no câmbio”, explicou.
O veto de Bolsonaro ter sido derrubado no Senado, mexeu com o humor dos investidores, mas a fala de Rodrigo Maia serviu para acalmar os ânimos, de acordo com o economista-chefe da Necton, André Perfeito. “O veto em questão é sobre o salário de servidores da linha de frente da pandemia, o que gerou um desconforto muito grande. Mas, apesar de ter passado no senado, na Câmara, o Rodrigo Maia vai dar uma outra destinação, o que reverteu o mau humor dos investidores com a moeda brasileira”.
Para o comentarista Miguel Daoud, analisando o viés político, existe um ‘mau-caratismo’ no comportamento do Congresso. “Eu conheço a história dessa votação. O que aconteceu foi um acordo para que o governo federal repassasse recurso para os estados, inclusive o pagamento que estava empossado da Lei Kandir, e esse acordo pressupunha que não se daria esse aumento aos servidores. O governo fez um acordo, mas o legislativo está percebendo que Bolsonaro está ficando mais popular, e por isso eles quebraram o acordo”, avaliou.