A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende taxar a geração de energia solar no Brasil, mas, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a medida é prematura e pode significar o fim deste mercado, que ainda estão dando seus primeiros passos no país.
O coordenador do grupo técnico da Absolar, Guilherme Susteras, apesar do crescimento notável do setor, que chegou a 2.000 megawatts, atendendo 180 mil pessoas, isso ainda representa 0,2% da capacidade instalada. “O Brasil é um país abençoado pelo sol e tem grande espaço para crescer”, diz. Ele conta que mais de 100 mil pessoas estão buscando meios para gerar sua própria energia.
A Absolar defende que o Brasil siga o modelo bem sucedido aplicado na Califórnia, Estados Unidos: taxar em 10%, mas somente quando o setor atingir 5% do potencial de capacidade instalada — na Califórnia, os impostos só foram cobrados após cerca de 20 anos. “Acreditamos que existe um momento certo e um valor certo para se cobrar”, diz.
No entanto, a Aneel pretende taxar a energia solar em 60%, o que, segundo Susteras, aproxima-se da estratégia mal sucedida da Espanha. “Eles fizeram as mudanças como a Aneel pretende, e no momento errado. Mataram esse mercado. Agora, estão tentando fazê-lo renascer, mas é difícil quando você perde a confiança do investidor”, frisa.