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‘Enquanto Argentina reduz tarifas, Brasil quer taxar produtos’

Miguel Daoud fala sobre possibilidade do país vizinho diminuir as taxas de importação e se isso afeta a relação com o Brasil

A imprensa da Argentina afirma que o presidente Alberto Fernández vai anunciar uma redução nas retenciones, taxas que incidem sobre as exportações, para grãos e carnes. Segundo os jornais do país, a redução para a soja vai ser de 3 pontos percentuais, para 30% do valor exportado, por 90 dias. No caso da carne, a expectativa é que o governo anuncie uma redução de 4 pontos percentuais, passando de 9 para 5%, permanentemente.

O motivo é a necessidade do governo de gerar uma receita maior de dólares no país. Miguel Daoud comenta esse assunto, já que existe uma série de medidas da Argentina e do Brasil que merecem atenção, como é o caso das tarifas das exportações.

“A argentina é um país com viés de esquerda e as retenciones é uma forma que o governo encontrou de reter o produto, torná-lo barato reduzir o custo da alimentação dos argentinos. Vamos imaginar no  Brasil, que é um país de direita, que está pensando em tributar as exportações, diferentes dessa situação da Agentina. A argentina quer dólar. Um país que não tem reserva, tem riscos maiores e custos maiores. Ela procura um pouco de dólar, justamente quando o preço de alimentos está alto e a demanda está muito forte. Esses 3% para o Brasil não mexe em nada. O Brasil está na situação contrária, pois há um risco pelo clima e pode ser que a gente precise importar grãos”, disse.