O temor de uma nova recessão econômica global não é uma novidade para quem entende de economia, afirma o comentarista Miguel Daoud. Segundo ele, trata-se de um efeito colateral da crise de 2008. “Muito dinheiro foi colocado no mercado, com taxas de juros baixas, para não deixar a economia entrar em recessão. Cerca de US$ 21 trilhões foram emitidos sem lastro, sendo que U$15 trilhões foram colocados como investimento e acabaram em remuneração negativa e um endividamento dos governos e empresas de US$ 175 trilhões”, conta.
De acordo com Daoud, a “manada” acaba correndo para investimentos de menor risco, o que afeta exportações e importações. “Como consequência, os países emergentes, como o Brasil, sofrem pressão para a valorização do dólar”, diz.
Se o comércio mundial diminui a demanda de compra, o setor de alimentos também sofre, fazendo com que as exportações brasileiras sejam prejudicadas pelo possível aumento no preço das exportações, explica o comentarista Benedito Rosa.
Ele conclui que cabe a recomendação de sempre: aqueles que estão inseguros sobre os investimentos, prendam-se a situações mais seguras, porque o ano é de “resolução de problemas e não de arriscar”.