O custo de produção do milho primeira safra, na temporada 2019/2020, deve ter um aumento entre 8% e 10% em regiões produtoras do Sul, na Bahia e em Minas Gerais, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Apesar deste cenário, em regiões do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os bons preços para janeiro e fevereiro, devem fazer com que produtores optem pelo cereal ao invés da soja.
“Grande parte deste aumento (dos custos) acontece por causa dos preços dos fertilizantes, defensivos e sementes. Mesmo assim, o milho ainda está sendo competitivo para a próxima safra em regiões do Sul, onde o mercado é aquecido”, comenta o assessor da entidade Alan Malinski.
Segundo ele, para o ciclo 2019/2020, a rentabilidade do cereal deve ficar muito próxima da soja. “(O milho) deve competir com a soja porque a rentabilidade, se não houver nenhum problema climático, deve ficar entre R$ 1.000 e R$ 1.200. Hoje, na soja se tem R$ 800 a R$ 1.100, ou seja, a rentabilidade da soja fica muito próxima ou até abaixo do milho”, comenta.
Além disso, Malinski ressalta os benefícios agronômicos que o cereal pode trazer em um sistema de rotação de culturas. “O milho traz agregação de valor para quem faz rotação de culturas, os benefícios agronômicos que o milho acaba agregando pode tornar o cultivo do grão ainda mais vantajoso”, relata.
Já em regiões da Bahia e Maranhão, o milho não deve ser tão rentável neste ciclo. Isso porque o algodão ainda é a melhor alternativa em questão de competitividade depois da soja. “O produtor que deixa de plantar soja vai para o algodão ao invés do milho. Por mais que o preço do milho esteja favorável, nessas regiões ainda é mais rentável plantar a soja”, afirma.