O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 32,9 no segundo trimestre de 2020, maior retração desde a Grande Depressão, no início do século passado. Já o PIB da Zona do Euro recuou 12,1% no mesmo período, pior resultado desde o início da série histórica, em 1995. Segundo a Agência Oficial de Estatísticas da União Europeia, esse resultado coloca o bloco em recessão técnica, quando o PIB apresenta dois trimestre seguidos de queda.
O professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi acredita que apesar da queda no PIB mundial, o Brasil não sofrerá grandes prejuízos por conta da grande demanda por alimentos, principalmente por parte da China.
Segundo Grisi, a procura por produtos brasileiros cresce com o aumento da classe média chinesa. “Quando a classe média se expande, a renda cresce e o padrão do consumo chinês muda, eles vão para as proteínas, e aí acontece o que você tá vendo nesse instante: uma pressão grande sobre a compra de soja, carne bovina, suína e de grãos em geral”, diz.
Além da demanda do país asiático, outros fatores, como a alta do dólar e a queda da produção argentina de soja, ajudam o quadro brasileiro, segundo o comentarista.
Com o restabelecimento das atividades econômicas, o professor acredita que a recuperação brasileira virá com um segundo semestre melhor do que o primeiro. “A crise não termina este ano, mas deixará de ter efeitos tão cruéis”, finaliza.