Em meio às tensões entre Estados Unidos e Irã, os preços da gasolina e do diesel no Brasil podem subir R$ 0,05 por litro ainda em janeiro, projeta o analista de mercado da INTL FCStone Fábio Rezende. Segundo ele, o petróleo — matéria-prima desses combustíveis — está em alta desde outubro de 2019.
O especialista lembra que a frequência dos reajustes feitos pela Petrobras tem variado bastante, de 7 a 30 dias. Além disso, em setembro, quando houve uma crise no Oriente Médio, a estatal segurou as cotações do diesel por 39 dias e os da gasolina por 52 dias.
“Por enquanto, a Petrobras não soltou nenhum comunicado sobre se vai ou não reajustar, e já faz alguns dias desde o último. O reajuste deve acontecer ainda em janeiro, não será muito significativo. Se ela mantiver a margem diferencial, será algo em torno de R$ 0,05 por litro”, diz.
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Entenda a alta do petróleo
A tendência de valorização para o petróleo se apoia em três fatores, conta o especialista: a euforia do mercado internacional ante as boas perspectivas geradas pela assinatura da fase 1 do acordo comercial entre China e Estados Unidos; o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que os países-membro concordaram em reduzir a produção no primeiro trimestre de 2020, e a mudança nas regulamentação de combustíveis marítimos, que exigirá mais diesel e, consequentemente, mais petróleo.
“Acredito que quando baixar a poeira no Irã, podemos ter uma correção baixista, mas no curto prazo, os preços estão bem sustentados”, conta. Rezende diz que o barril que custava US$ 55 se aproxima de US$ 70 em a escalada das tensões no Oriente Médio. Para médio e longo prazo, o analista acredita em cotações mais baixas.