O preço do arroz superou R$ 100 reais por saca pela primeira vez na história no indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A cotação avançou 1,5% nesta quinta, 3, e ficou em R$ 101,92 por saca de 50 quilos. No ano, os preços já subiram mais de 112% em relação a 2019.
E uma estimativa do Instituto Rio-Grandense do Arroz divulgada hoje apontou que a área plantada do cereal na safra 20/21 deve atingir 969 mil 192 hectares. Alta de 3,5% frente o ciclo passado. De acordo com o diretor técnico do Irga, ivo mello, apesar do preço do arroz ter registrado altas históricas, o produtor está com uma intenção de área muito parecida com a safra anterior porque entendeu que para ser eficiente e ter lucro, precisa ter planejamento
Sobre este assunto, conversamos com o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, que explica porque mesmo com os preços em alta o produtor não se animou para expandir a área.
“O produtor está mostrando consciência de que ele somente pode plantar em áreas muito produtivas, em função do alto custo que nós temos na lavoura de arroz. Esse mesmo câmbio que está favorecendo os preços, também vai trazer o impacto em alguns insumos como fertilizantes e agroquímicos. Tivemos aumento de área dentro da expectativa, de 5%, e orientamos que siga esse sistema de produção que é sair da monocultura e, na medida do possível, ter neste sistema de produção a soja e também a soja e a pecuária do seu sistema”, disse.
Segundo ele, apenas 305 dos produtores pegaram esses preços mais altos. Na média, a safra do arroz saiu por cerca de R$ 45. “A média não chega nem perto dos R$ 100, isso são produtores que conseguiram segurar o produto. Nós orientamos que venda-se, escalonadamente, mas que mantenha o mercado abastecido, que foi o que nós nos comprometemos, junto à ministra Tereza Cristina”, disse.
Ele explica que o preço de arroz é uma correção, pois quando se pega preço de 1994 até hoje, com correção, o valor é de R$ 95. “E o arroz o consumidor subiu de 15% a 20%, com preço médio o tipo 1 em torno de R$ 4 o quilo, significa que continua sendo muito acessível à população”, finalizou.