Em uma videoconferência, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, afirmou que o possível aumento de impostos sobre agronegócio na reforma tributária reduziria a competitividade do Brasil no exterior e impactaria diretamente a população com o aumento de preços. Ele disse “tributar alimentos é tributar a fome do povo”.
O professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi afirma que um estudo indica alta de 10% nos custos finais de produção. “Fizemos uma simulação tomando como base algumas hipóteses sobre o aumento de preços de fertilizantes e defensivos agrícolas”, conta.
Grisi defende que aumentar a tributação representaria mais um risco para o produtor “além dos que ele já sofre”, como risco de sazonalidade e clima e oscilação do dólar.
Além disso, o professor da USP reforça os impactos sobre a população mais pobre. “Essas partes sociais mais baixas gastam quase 25% de sua renda em alimento, e você vai encarecer esse alimento com mais impostos? Fazer os menos favorecidos gastarem mais é muito injusto, e vai contra o bem-estar que a gente tenta promover com as políticas econômicas”, afirma.