Em troca do aumento para R$ 50 bilhões do socorro federal aos estados e municípios, o ministro da economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fizeram um acordo para congelar os salários e as promoções de carreira dos servidores públicos até dezembro de 2021.
Segundo o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, a decisão faz parte de um movimento do governo para sinalizar controle de gastos durante a crise do coronavírus. “A situação não está boa. Aqui em São Paulo temos muitas pessoas nas ruas, desempregadas, implorando por um prato de comida. Não podemos aceitar que parlamentares que estão com a geladeira sempre cheia porque têm garantia de seus salários altos não contribuam para o enfrentamento dessa situação”, disse.
Segundo Daoud, essa atitude é “mais moral do que econômica”. “Essas pessoas precisam dar exemplo, ainda mais no tempo em que vivemos, onde ninguém quer abrir a mão de nada. A possibilidade de funcionários terem os salários congelados em troca de um seguro que nós vamos dar, pois isso é dinheiro da população que vai socorrer os estados para sustentar a máquina pública”, avaliou.
“Quando o mercado financeiro entendeu ontem o recado do presidente Bolsonaro junto com Paulo Guedes e outros ministros de que nós precisamos de um plano para fazer o Brasil crescer, mas atentos ao controle de gastos, ele reagiu bem, fazendo o dólar subir e a bolsa subir”, disse Daoud.