O mercado recebeu com otimismo a notícia de que China e Estados Unidos concordaram em remover, em etapas, as tarifas cobradas sobre importações desde o início da guerra comercial. Mas, de acordo com o diretor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, investidores ainda aguardam a concretização disso. “Até agora, foi muita conversa e não tivemos uma conclusão”, afirma.
Segundo o porta-voz do Ministério de Comércio da China, Gao Feng, se o acordo preliminar entre as duas potências, chamado de “Fase 1”, for assinado, os governos vão remover as tarifas “simultaneamente e em valores correspondentes”.
Por outro lado, um funcionário de alto escalão do governo Trump disse à Reuters esta semana que o tratado pode ser adiado para dezembro, visto que os países ainda estão discutindo os termos.
Brandalizze afirma, ainda, que as empresas chinesas ainda estão comprando dos EUA em um ritmo lento e que o país asiático só abrirá seu mercado quando fecharem o acordo. “Essas compras de 100 mil toneladas são apenas um agrado. Normalmente, a China estaria comprando de 2 a 3 milhões de toneladas por semana”, afirma o analista.
A tendência, segundo Brandalizze, é que o mercado ande de lado, repercutindo mais o final da colheita americana, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o desenvolvimento da safra na América do Sul. “Não se espera grandes compras de soja dos EUA pelos chineses”, enfatiza.