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‘Hostilidade com a França prejudica relação comercial do Brasil com a UE’

Para Benedito Rosa, já passou da hora dos dois países deixarem a ideologia de lado e começarem a pensar em parcerias comerciais concretas

Brasil e a França vão tentar aliviar as tensões para recolocar a relação bilateral nos trilhos da normalidade. É o que indica a convocação de uma reunião de alto nível prevista para a próxima semana, após meses de confrontos declaratórios entre os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron.

Acontece que os setores privados dos dois lados pressionaram em Brasília e em Paris para que os governos moderassem as tensões. Em videoconferência organizada pela França na terça-feira, as diplomacias devem voltar a discutir a agenda bilateral.

Na opinião do comentarista Benedito Rosa, já passou da hora desse entendimento ocorrer. “O que os empresários fizeram foi levantar um ‘cartão amarelo’ para os governo. Ou seja, estão dizendo que os governantes passaram dos limites nas questões de princípios quando isso começou a nortear a questão comercial. Comportamento do século passado”, disse.

Segundo Benedito Rosa, neste momento é preciso pragmatismo na parte comercial. “Por que insistirmos em uma linha ideológica para definir prioridade entre parceiros importantes? Estamos errados e é preciso corrigir isso, pois o empresariado dos dois países correm risco, afinal, enquanto discutimos, as cerca de 900 empresas subsidiárias francesas atuando no Brasil perdem espaço para as chinesas”, analisou.

Para o comentarista, esse é um primeiro passo e demonstra interesse real dos dois governos.