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Agronegócio

Índice de Confiança do Agronegócio tem alta de 11,3 pontos e reflete melhora nas expectativas do setor

Segmentos “antes da porteira" - como indústria de fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e defensivos - foram os que registraram a principal mudança de cenário

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), divulgado nesta quinta-feira, 13, pela Fiesp e pela CropLife Brasil, fechou o 2º trimestre de 2020 em 111,7 pontos, com alta de 11,3 pontos em relação ao primeiro trimestre. O resultado mostra que o ânimo perdido no início do ano com o choque causado pela pandemia de Covid-19 está em processo de recuperação. Segundo a metodologia do Índice, resultados acima de 100 pontos demonstram otimismo no setor e, abaixo desse patamar, pessimismo.

O índice relativo aos segmentos de “antes da porteira”, que reúne a indústria de fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e defensivos, entre outros, foi o que registrou a principal mudança de cenário. Saiu de uma perspectiva pessimista, com 86,2 pontos no primeiro trimestre de 2020, para 101,6 no segundo trimestre – alta de 15,3 pontos. A pesquisa completa pode ser vista aqui.

“Ainda há uma certa desconfiança em relação às condições atuais, tanto na indústria de insumos agropecuários quanto nas empresas situadas ‘depois da porteira’, mas é fato que as perspectivas para os próximos meses melhoraram expressivamente, justificando a confiança em alta”, afirma o presidente-executivo da CropLife Brasil, Christian Lohbauer.

As vendas de tratores e colheitadeiras estariam entre aspectos favoráveis a essa percepção. Os números alcançados em maio deste ano superaram os resultados de mesmo mês do ano passado, mostrando uma recuperação da forte queda de abril, quando a Covid-19 se espalhou pelo país. A comercialização de insumos para os produtores fechou o primeiro semestre do ano adiantada – a antecipação só não foi maior porque a instabilidade do câmbio prejudicou a formação das tabelas de preços.

Parte dos agricultores também teria conseguido antecipar as compras defensivos agrícolas para a próxima safra, de acordo com Lohbauer. Além disso, os biodefensivos estariam apresentando uma ótima performance ao longo do primeiro semestre. “O setor acabou sentindo menos o impacto da pandemia. Tivemos a ampliação de áreas cultivadas para alguns grãos e as exportações de soja estão em ritmo forte’, diz o o presidente-executivo da CropLife.

Economia

“Já há sinais de retomada das atividades e de relativa estabilidade no mercado financeiro. Além disso, os efeitos positivos da desvalorização cambial sobre os preços agrícolas e a perspectiva de que em breve haverá uma ou mais vacinas eficazes para o novo coronavírus melhoraram substancialmente as expectativas para o curto e médio prazos, especialmente por parte das indústrias”, avalia o diretor titular do Departamento do Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt.

O IC Agro mostra ainda que o índice dos produtores agrícolas fechou em 116,8 pontos, alta de 0,7 ponto, o que representa um aumento da confiança em relação aos principais aspectos relacionados às condições do negócio. “O item preço se encontra num dos patamares mais otimistas da séria histórica impulsionado pela taxa de câmbio para produtos como soja, milho e café”, afirma Betancourt.

A colheita de cana e de café vêm surpreendendo positivamente à medida que os trabalhos de campo avançam. A percepção é de que o clima favorável na 2ª quinzena de maio, beneficiando as lavouras mais tardias de milho segunda safra em Mato Grosso e em Goiás, está ajudando a recuperar parte das áreas do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul prejudicadas pela seca de março e abril. A avaliação sobre o crédito melhorou, afastando o temor inicial de que a Covid-19 pudesse reduzir a disponibilidade de recursos. O Plano Safra, divulgado em junho, também foi bem-recebido pelos produtores. Além disso, as excelentes relações de troca entre os produtos agrícolas e o pacote de insumos teriam sido suficientes para diminuir o pessimismo em relação aos custos de produção.

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