O mercado de leite orgânico cresceu mais de 600% em sete anos. Apesar de promissor, a produção é mais complexa do que a convencional e requer investimento e especialização. Mesmo assim, diante da crise de preços enfrentado pelo setor lácteo, têm se tornado uma alternativa para muitos pecuaristas.
De acordo com o produtor Caio Rivetti, o que mais pesa no custo de produção é a alimentação dos animais, formada basicamente por milho. “[O gasto] Chega a ser três vezes maior do que na atividade convencional”, conta.
O capim usado não pode receber defensivos e adubos químicos. Assim, Rivetti recorreu à cama de frango, composto orgânico que protege o solo por um ano e atua como repelente de moscas.
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Investir em genética para obter leite de mais qualidade é importante, mas sozinho não resolve. “Tem que ter tecnologia. Não adianta nada ter uma vaca holandesa que dá 40 litros e soltá-la no pasto”, diz.
O diretor de compras da Danone, Willian Alves, afirma que o consumidor de leites especiais está disposto a pagar a mais por isso, o que acaba se convertendo em uma remuneração melhor para o pecuarista. “Ele quer um produtor com maior valor agregado, que traga algum benefício diferenciado, e isso a gente tem oferecido”, afirma.
A multinacional de origem francesa incentiva seus fornecedores exclusivos — cerca de 250 pecuaristas vendem apenas para a marca, que compra 500 mil litros por dia —, premiando os campeões de qualidade.
“Um leite especial precisa de vários fatores: conforto animal, genética e alimentação balanceada”, destaca o produtor Edson Alves, ganhador de uma das quatro picapes dadas pela empresa a fornecedores. A Danone também entregou quatro tratores em 2019.
Auxílio da tecnologia
Na busca pela melhor qualidade possível, uma coleira que identifica o momento em que as vacas entram no cio ou quando apresentam problemas de saúde veio a calhar. “A monitoração é feita por ruminação e movimentos. O aparelho avisa sobre qualquer mudança de padrão”, conta o empresário Jânio Aires.
Rivetti também conta com auxílio da tecnologia em sua fazenda em Guaranésia, no sul de Minas Gerais. Ele passa três dias da semana em São Paulo e quando precisa acionar o sistema de irrigação faz via celular, o que é muito importante para o rodízio do pasto.
*A equipe de reportagem do Canal Rural viajou a convite da Danone