Autoridades chinesas anunciaram nesta quinta-feira, 13, que detectaram o coronavírus responsável pela Covid-19 em um controle de rotina de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial da proteína. A informação, que partiu do governo da cidade Shenzhen e foi divulgada pela agência de noticias Reuters, é de que o vírus estava presente em amostras de asas de frango congeladas coletadas na última terça-feira, 11.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou em nota oficial que o setor produtivo está analisando as informações de possível detecção de traços de vírus em embalagem de produto de origem brasileira.
“Ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil está em contato para esclarecimentos com o GACC (autoridade sanitária oficial da China), que fará a análise final da situação”, diz a nota.
A ABPA reiterou ainda que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressalta a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
“Ao mesmo tempo, o setor exportador brasileiro reafirma que todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos foram adotadas e aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global”, disse a entidade.
Para o ministro-conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, é preciso ter cautela neste momento. “Não precisamos exagerar esse assunto, e o lado chinês ainda vai tentar descobrir onde houve problema, se foi no transporte ou em outros segmentos. Não vai ter impacto grande no nosso comércio“, afirmou.
Informações preliminares indicam que a origem das asas de frango que testaram positivo para o novo coronavírus seria um frigorífico de Santa Catarina. Por meio de nota, a Associação Catarinense de Avicultura (Acav) reiterou o compromisso com a segurança alimentar nos processos produtivos do setor, o que teria colocado Santa Catarina e o Brasil no topo da cadeia de produção e exportação de aves.
“Nesta mesma linha, as evidências científicas demonstram que inexiste a possibilidade de contaminação em produtos de origem alimentícia, em especial nas proteínas animais, necessitando assim um esclarecimento das autoridades competentes quanto às alegações trazidas. A OMS – Organização Mundial da Saúde reportou recentemente a impossibilidade de contaminação de produtos alimentícios por Covid, o que dá a segurança necessária para reafirmarmos a qualidade do produto brasileiro”, diz a nota.