O surto de peste suína africana não está próximo de ser controlado, fato que deve gerar uma curva de oportunidades para os produtores de suínos do Brasil, segundo a consultoria Safras & Mercado. A doença, que já atinge importantes países da Ásia, agora foi verificada na Eslováquia.
De acordo com o analista de mercado Fernando Iglesias, a lacuna gerada pela China é muito expressiva, com cerca de 25% do rebanho chinês já sacrificado.
“A doença não está próxima de ser controlada porque a característica da suinocultura na Ásia dificulta. Lá a suinocultura é formada por propriedades familiares. O governo até cria políticas de conscientização, mas não surte efeito”, comenta.
Além disso, o surto da doença na Europa, que tem exportado muito produto aos chineses, pode se tornar uma barreira, gerando ainda mais demanda pelas carnes brasileiras.
“O Brasil é um dos grandes exportadores de proteína animal. Esse ano nós tivemos uma boa melhora, principalmente na avicultura e suinocultura. A perspectiva é excelente para o segundo semestre, ainda mais de a China habilitar mais indústrias frigoríficas a exportar”, ressalta.
Para Iglesias, o criador brasileiro poderá aproveitar de dois a três anos de bons momentos até os chineses recuperarem parte do rebanho perdido com a doença. Isso a partir da data de controle.
“Uma vacina está sendo desenvolvida, mas não deve chegar ao mercado antes de 2020”, afirma.