O preço do milho indicador Cepea Praça Campinas atingiu na terça-feira, 27, o recorde real da série histórica: R$ 81,43. O valor pago pela saca está subindo há 20 dias seguidos e, desde janeiro, acumula alta de quase 70%.
O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Lucílio Alves explica que nem mesmo com a tarifa de importação de milho de países de fora do Mercosul contém essa disparada de preços no mercado físico.
“As liberações da TEC foram relativamente recentes, então não houve tempo para efetuar negócios, contratos e esse produto ser internalizado. Na verdade, não temos produtos disponíveis a preços competitivos no mercado internacional, então não há expectativa desta possibilidade de compras externas do produto e de forma que pressionem as cotações no mercado doméstico”, diz.
Em relação aos próximos meses, o pesquisador afirma que “o Brasil deve terminar o ano-safra com a relação estoque-consumo na casa de 15%. A expectativa é, produzindo 105 milhões de toneladas, consumindo 70 milhões e exportando 35”. Ainda segundo Alves, em janeiro 2022 teremos uma relação estoque-consumo ainda menor, o que dá sustentação aos preços.
“Os preços em dólar no Brasil está muito alinhado com os preços internacionais, porém, nos últimos 30 dias úteis, os preços internacionais também subiram U$ 25 por tonelada”, completa.