No início de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assumiu um país ainda tentando sair da maior crise econômica de sua história. À época, o ministro Paulo Guedes apresentou como prioridade a redução dos gastos públicos.
A reforma da Previdência, considerada a mais importante da agenda de reformas, foi aprovada em novembro e deve representar economia de quase R$ 1 trilhão em dez anos.
O mercado reagiu bem, segundo o economista Roberto Troster. “Primeiro os juros estão em pisos históricos. As bolsas estão otimistas, crescendo, com a brasileira batendo recordes sucessivos. Isso mostra que temos otimismo e dinheiro barato”, diz.
Câmbio
O dólar bateu recorde este ano. Em 27 de novembro, a moeda norte-americana registrou o maior valor nominal da história, a R$ 4,25. O principal motivo da volatilidade foi a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
“O mundo está um processo de modelo. [Os EUA] são a maior economia, mas não mandam no mundo. A Ásia, em questão de competitividade — seja por tecnologia ou poder econômico — está competindo. Eles que se cuidem se continuarem com esse protecionismo”, diz o economista Nathan Blanche.
Balança comercial
Em 2019, o saldo da balança comercial do Brasil teve o pior superávit desde 2015, cerca de US$ 41 mil. O estrago só não foi maior, mais uma vez, por causa do agronegócio. “O setor fez o que o resto da economia não fez. Enquanto a indústria encolheu, o agro se inseriu nas cadeias globais”, diz Troster.
De olho no futuro
Para os especialistas, o brasil só irá crescer de forma mais acelerada em 2020 se o governo mantiver a agenda de reformas e se conseguir, junto com o Congresso, criar um cenário de estabilidade, capaz de atrair investimentos.
“Um dia você vê alguns ajustes. No outro, o aumento nos gastos do Fundo Eleitoral. O empresário não coloca dinheiro hoje para tirar amanhã, mas daqui dez anos. A pergunta é: qual será o Brasil de 2030?”, diz Troster.