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Mercado e Cia

‘Interesses econômicos estão por trás de temas ambientais’

Para o comentarista Benedito Rosa, artigos como a da revista The Economist, que critica política de Bolsonaro para Amazônia, têm por finalidade evitar concorrência de produtos agrícolas brasileiros na União Europeia

A revista britânica The Economist divulgou uma matéria de capa com o título: “Velório para a Amazônia – a ameaça do desmatamento descontrolado”. Com um editorial criticando as políticas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à Amazônia, que, segundo a matéria, sofre com o aumento acelerado do desmatamento desde 2015, o veículo afirma que o presidente brasileiro é ‘sem dúvida, o chefe de estado mais perigoso do mundo em termos ambientais’.

Paralelo à publicação, aqui no Brasil, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, afirmou que vai deixar o cargo. O anúncio acontece após desentendimentos com o governo em relação aos dados divulgados sobre o desmatamento na Amazônia.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionarem dados do instituto, que apontaram um aumento de 88% no desmatamento em junho em relação ao mesmo mês do ano passado.

De acordo com Salles, devido às falhas no monitoramento, foi possível apontar qual foi o percentual real do período. Já Bolsonaro afirmou que a divulgação dos dados sobre desmatamento feita pelo Inpe teve o objetivo de prejudicar seu governo e a imagem do país no exterior.

Análise

O ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural, Benedito Rosa, afirma que o desmatamento na Amazônia é um tema bastante ideologizado e politizado. “Não tem havido uma expansão de área na Amazônia que justifica um alerta como esse”, afirma.

Rosa comenta ainda que há certa confusão sobre o tema, já que grande parte da população acaba ligando à agricultura o desmatamento realizado por madeireiras e garimpeiros. “Precisamos ter mais clareza sobre o que é desmatamento legal e ilegal e o que não tem nada a ver com o agricultor”, diz.

“Não podemos perder de vista que a revista The Economist e a União Europeia não quer a concorrência de produtos agrícolas brasileiro. Precisamos entender que interesses econômicos também podem influenciar temas ambientais”, acrescenta.

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