Em passo fundo, no Rio Grande do Sul, produtores integrados da JBS fizeram uma carreata em protesto a interdição da unidade da processadora. Fechado desde o dia 24 de abril, o frigorífico já anuncia redução no número de animais alojados na região.
O ato reuniu integrados e colaboradores, além de representantes do comércio local, que iniciaram o protesto às 10h em direção à prefeitura de Passo Fundo. O protesto era pela reabertura da unidade processadora interditada pela segunda vez.
“Nós queremos respostas tanto da prefeitura como do poder público. Nossa cadeia é muito grande, temos cerca de 9 pessoas envolvidas no processo aqui na nossa unidade. Precisamos retomar as nossas atividades”, disse Cristian de Oliveira, colaborador da JBS.
A unidade em Passo Fundo processa 320 mil aves por dia e a paralisação atinge, além dos produtores, serviços terceirizados. “Nós somos terceiros e está o caos. Não estamos conseguindo carregar essas aves, passou do tempo do carregamento, do peso, e o prejuízo da empresa JBS é incalculável, e o da nossa empresa é maior ainda. Somos mais de 10 pessoas que dependem da unidade de Passo Fundo e peço ajuda para reabrir essa unidade”, lamentou o caminhoneiro Maciel Monteiro.
Diante deste cenário, em nota, a JBS informa que já comunicou aos mais de 600 integrados que vai reduzir a capacidade de alojamento de aves na região. Também contesta a decisão da prefeitura de Passo Fundo que, contrariando a Justiça do Trabalho, que determinou a abertura da unidade, e acabou interditando a unidade por um período de 15 dias. Em nota, a empresa diz que a planta de Passo Fundo vem sofrendo as consequências de decisões pautadas em fatos que contradizem a realidade.
Em relação à carreata com a participação de funcionários do frigorífico JBS, a Prefeitura informou que respeita a manifestação. Sobre a interdição da empresa, o município disse que recebeu nesta manhã a documentação solicitada e irá avaliar com a equipe técnica. Caso as medidas apontadas tenham sido atendidas pela empresa, não haverá motivos para manter a interdição administrativa. A Prefeitura reconhece a importância da JBS no contexto econômico da região e tem feito esforços, ao longo dos últimos anos, para incentivar a expansão da empresa no município.
Em entrevista ao Canal Rural, o governador Eduardo Leite disse que o estado e as autoridades vão fazer o possível para evitar o abate sanitário de animais que ficam sem destinação por causa do fechamento dos frigoríficos.
Após uma reunião nesta segunda, o secretário da Agricultura do estado, Covatti Filho, confirmou que o Rio Grande do Sul estuda medidas urgentes para garantir a proteção a trabalhadores e garantir o funcionamento do setor.
“Vamos fazer uma força-tarefa para regularizar as planta de Lajeado e Passo Fundo. (…) Sabemos que o fechamento de uma planta frigorífica como essas podem trazer problemas de abastecimento e ambientais, por isso que essa força-tarefa visa dar tranquilidade para este setor que é tão importante”, disse.