Na tarde da última terça-feira, 31, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória que fixou o valor do salário mínimo para 2020: No final de novembro, o governo havia até enviado para o congresso nacional uma mensagem modificada sobre o orçamento de 2020 anunciando a redução do salário mínimo projetado para 2020. De R$ 1039 ele passaria para R$ 1031, mas com a recente alta do preço da carne, o presidente Jair Bolsonaro decidiu voltar atrás dessa decisão e definir o valor do salário mínimo para 2020 em R$ 1039, sendo a primeira vez que o valor ultrapassa os mil reais.
O ministro da economia, Paulo Guedes, já havia anunciado em coletiva de imprensa no dia 18 de dezembro que o novo valor do salário mínimo poderia sofrer mais alterações até o fechamento do ano. Uma das causas dessa mudança de última hora foi a recente alta do preço da carne que pressionou o INPC, a base de cálculo de inflação do governo.
Com essa mudança, o governo precisará reajustar as contas para não comprometer o teto de gastos. A estimativa é de que para cada um real aumentado no valor do salário mínimo, as despesas com benefícios e abonos subam em R$ 355 milhões. Com o aumento final de R$ 41, as despesas para o governo devem ficar em aproximadamente 14 bilhões.
Impactos no agronegócio?
Esse aumento eleva a despesa da União em R$ 2,38 bilhões. Para bancar esse montante, o governo precisa fazer cortes para cobrir o teto de gastos da união. De acordo com o comentarista do Canal Rural, Benedito Rosa, essa mudança não trará grandes impactos para o orçamento.
“No entanto, acontece que entre maio e abril o governo faz um contingenciamento de gastos quando ele vê um cenário orçamentário difícil pela frente. Neste ano, as perspectivas estão boas e membros do governo declararam que as medidas tomadas para conter gastos e expectativa de receita padrão um cenário de diminuição do déficit público”, comentou.
Segundo ele, o governo tem espaço para administrar o aumento do salário mínimo e essa manobra não vai ameaçar o setor.