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Rural Notícias

Novo sistema ambiental em MT pode tirar 8 mil pecuaristas da ilegalidade

Fazendas embargadas serão monitoradas via satélite para atestar recuperação de áreas. Segundo o governo, isso simplificará a reintegração desses produtores

O governo de Mato Grosso, o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) firmaram uma parceria na segunda-feira, 13, para desenvolvimento de um sistema que monitore a recuperação de áreas desmatadas ilegalmente ou embargadas por órgão ambientais.

A estimativa é de que aproximadamente oito mil pecuaristas do estado possam se reintegrar ao mercado formal da carne, informou o instituto, em nota. “Isso será um passo primordial para a confiança desse setor dada a importância dele dentro do estado”, disse o governador, Mauro Mendes, durante a cerimônia de assinatura do termo de cooperação técnica.

A secretária do Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, afirmou que além dos embargos formais de órgãos como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), havia também impedimentos comerciais. “Com essa cooperação, você desburocratiza o retorno desse produtor ao mercado formal”.

O procurador Erich Masson, do MPF, disse que o processo será bem simples. “A partir do momento em que o sistema verificar que ele [o produtor] não está recuperando, o certificado será suspenso, dando a oportunidade de defesa, ou eventualmente cancelado, impedindo que ele negocie com os frigoríficos”, diz.

A diretora-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Daniela Bueno, afirmou que a plataforma ajudará a identificar “que os produtores não estão comercializando animais de áreas embargadas, mas de áreas no entorno, dentro da propriedade, que não tem nenhum dano ambiental”.

Jorge Pires de Miranda, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), defendeu que o pecuarista nunca quis estar à margem da legislação. “É uma conquista. A gente acha importante caminhar junto ao Ministério Público Federal e estadual, porque o produtor rural nato é um defensor do meio ambiente”.

O desenvolvimento do sistema de monitoramento será de responsabilidade do Imac, serviço social autônomo formado por representantes do setor produtivo pecuário, da indústria e do governo mato-grossense. Para promover a carne de Mato Grosso, o instituto divulgará a iniciativa junto aos pecuaristas, já que a adesão será voluntária, e atuará com os frigoríficos para a adoção da plataforma em suas plantas.

“A partir de critérios definidos de forma conjunta por todos os envolvidos, construiremos um sistema transparente de informação. De um lado, o frigorífico poderá comprar animais para abate de fornecedores ambientalmente adequados. E, por outro, os pecuaristas que estão passando pelo processo de regularização ambiental voltarão ao mercado formal da carne, o que gera efeitos positivos para toda a sociedade, como o reaquecimento econômico do setor”, afirmou a diretora administrativa do Imac, Paula Sodré Queiroz.

“Trabalharemos esses novos mercados e conseguiremos vender a nossa carne por um preço melhor, o que vai acabar beneficiando o produtor rural também”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda.

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