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Soja: ‘Com dólar caindo e acordo entre China e EUA, é hora de negociar’

Diretor da ARC MERCOSUL analisa os desdobramentos da guerra comercial e do câmbio sobre a lucratividade da produção brasileira

A China confirmou que os Estados Unidos concordaram em adiar a imposição de novas tarifas, que estavam previstas para serem aplicadas no domingo, 15. Para o mercado internacional, este é um forte sinal de que as duas potências devem fechar a “fase um” do acordo comercial em breve.

Apesar disso, o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, afirma que os ganhos expressivos registrados após o anúncio já foram enxugados. Segundo ele, investidores sabem o acordo continua sendo uma promessa. “Os chineses falaram em cotas com isenções tarifárias para carne bovina, carne suína e soja americana, não em liberação completa. A fase um está perto de ser fechada, mas detalhes como esse vão determinar a tendência de preço no curto prazo”, diz.

Questionado se o movimento internacional é um indicativo de que o produtor de soja deve travar os preços da safra futura, Pereira lembra que o mercado brasileiro se deslocou do internacional há algum tempo, baseando-se mais pelo câmbio. “O dólar vem sofrendo retrações. O Banco Central soltou leilões, o que mostra que está tentando controlar a volatilidade da moeda e derrubá-lo um pouco mais”, analisa.

Pereira deixa um conselho bastante claro ao produtor: “Deixar de aproveitar o dólar a R$ 4,10/R$ 4,11 à espera de uma milagre ou catástrofe política é irracional. Aproveite essa oportunidade”, diz.

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