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Syngenta corre contra o tempo para garantir logística de sementes

Diretor da multinacional no Brasil cita que o momento é crucial para a saída das sementes do campo para as unidades de beneficiamento

O avanço do coronavírus no Brasil e prováveis complicações logísticas estão fazendo com que vários segmentos do agronegócio mudem suas estratégias para poder garantir as entregas e produção. No setor de sementes, vivemos uma etapa crucial, que é quando as sementes saem do campo para as unidades de beneficiamento.

Em entrevista ao Mercado & Companhia desta quinta-feira, 26, o diretor da Syngenta Brasil e Paraguay, André Franco, falou sobre as estratégias da empresa para garantir o abastecimento aos produtores rurais. “É um momento-chave para nós do setor de sementes e a Syngenta Seeds tem duas grandes marcas no mercado nacional, que é a Nidera e a NK, que representam cerca de 18% da superfície plantada de milho e soja no Brasil. Hoje temos três áreas que merecem atenção, que é a produção, assistência aos produtores e desenvolvimento de produtos”, disse.

Segundo ele, no momento a Syngenta conta com 40% da produção de sementes de milho e soja ainda no campo, precisando ir para a unidade de beneficiamento. A estimativa da empresa é que essa seja a média de todo o mercado de sementes.

“Neste momento temos alguns problemas pontuais, mas que estamos conseguindo contornar, uma vez que o governo colocou o setor como atividade essencial. Estamos nos empenhando da melhor forma possível para equilibrar a saúde do nosso time, nosso cliente e  parceiro, ao mesmo tempo que mantemos a cadeia de produção do agronegócio.

Corrida contra o tempo

A corrida contra o tempo agora, de acordo com André Franco, é para driblar os problemas que estão surgindo e ainda podem surgir nas próximas semanas. “Ainda temos que trazer cerca de um terço da produção de sementes de soja e 50% das sementes de milho.  A questão do transporte ainda estamos conseguindo driblar, mas temos a questão do campo, de fazer o processo para segurar a qualidade das sementes de milho, por exemplo”, disse.

Para ele, a preocupação é com as mudanças que estão ocorrendo “em questão de horas”. “Se tudo continuar como está, conseguiremos trazer todas as sementes de soja e milho como muita responsabilidade. Tanto é que a Syngenta tem mais de 3,6 mil funcionários no Brasil e, felizmente, não temos nenhum caso de Covid-19 no nosso quadro”, contou. 

Entregas

O diretor da Syngenta disse estar otimista com as entregas, já que o grande período será para a safrinha e deve começar em junho. “Não conseguimos ter essa previsão de atraso. Se a situação melhorar, como se espera, deve ocorrer normalmente. Obviamente, não temos como prever como a situação vai evoluir até este momento.”