O noroeste do Rio Grande do Sul registrou chuva e ventos fortes na manhã desta terça-feira, 30. O alerta continua em toda a região, sendo que cinco municípios registraram granizo durante a madrugada. De acordo com relatos de produtores de Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, Ijuí, Santo Cristo, Roque Gonzales, no entanto, não ocorreram estragos.
A área rural de Caxias do Sul comemora a volta das chuvas que contribui na recuperação dos mananciais para o abastecimento de água nas propriedades rurais da Serra Gaúcha.
Esse excesso de chuva veio para deixar em alerta produtores de trigo, que apostam na valorização dos preços do cereal para recuperar o prejuízo causado pela seca na última safra de soja.
A fazenda do Carlos Boijing em Arroio Grande, próximo à fronteira do Uruguai, perdeu praticamente toda a soja por causa do clima e a aposta foi no trigo como cultura de inverno. “Após a semeadura, no dia 15 de junho, veio 210 milímetros de chuva em cima e foi uma arrancada ruim, porque o desenvolvimento do trigo já pega muita umidade, já complica a situação”, disse o produtor.
A situação de Alexandre Pixinin é ainda pior, pois a chuva desta terça, em Tapera, fez um estrago na lavoura.
O Brasil deve produzir perto de 5,7 milhões toneladas de trigo, cerca de 10,4% a mais do que a safra passada. A área plantada deve crescer 6,7%, serão mais de 2 milhões de hectares. A explicação está na valorização do cereal, que no dia 5 de junho teve a saca cotada a R$ 62, um recorde e uma valorização de 50% em um ano.
“O preço do trigo na Argentina aumentou nesses primeiros seis meses, um aumento cerca de 25% a 30% e a desvalorização do real com várias oscilações variou de cerca de R$ 3 do começo do ano para mais de R$ 5 o dólar agora. Esses dois fatores tiveram uma grande influência na valorização do produto este ano aqui no Brasil”, avaliou o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa.
Com a entrada da produção de trigo, a partir de setembro, os preços devem sofrer algum recuo. Mesmo assim, os produtores seguem otimistas com a safra, desde que o clima colabore.