A produção de trigo do Reino Unido está passando por muitas dificuldades e pode ser uma das piores desde a década de 1980. Mesmo assim, a expectativa do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) é de que a produção mundial suba para 769 milhões de toneladas na safra 2020/2021, três milhões de toneladas a mais do que no ciclo anterior.
O analista Jonathan Pinheiro, da Safras & Mercado, diz que França e Rússia também devem registrar quebras expressivas. Porém, a recuperação das produções da Austrália e do Canadá compensam. “Isso leva a uma produção mundial mais alta, o que muda o viés do mercado, gerando pressão de oferta sobre as cotações”, alerta.
Diante dessa tendência, o analista afirma que os países exportadores devem brigar por mercados compradores, como o Brasil, que costuma importar bastante. Assim, o produtor brasileiro pode sentir esse impacto, mesmo que de forma reduzida.
Este ano, por conta da valorização do preço do trigo, o produtor brasileiro aumentou a sua área de produção, mas o clima na região Sul preocupa. Além da chuva no começo do plantio, a chegada de uma frente fria nesta semana pode trazer geadas a regiões produtoras. “Preocupa a possibilidade de perda de produção. O cenário deve se desenhar ao longo das próximas semanas”, diz Pinheiro.