Em mais um capítulo da guerra comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 25, que o acordo para o fim do impasse com a China pode acontecer mais cedo do que o esperado. Além disso, Pequim disse que vem mantendo contato próximo com os norte-americanos para discutir a reunião de autoridades dos dois países, prevista para o próximo mês em Washington.
O analista de mercado da consultoria ARC Mercosul Cristiano Palavro comenta que o mercado agrícola segue de olho no desenrolar da guerra comercial. “Ele (Trump) teve um discurso mais duro com os chineses na ONU na terça, 24, e já amenizou o tom. Isso vem sendo uma tônica dos discursos Trump. Ele bate e assopra”, analisa.
Segundo Palavro, as reações nos preços do grão devem começar a acontecer conforme medidas mais concretas sejam efetivadas, como por exemplo a compras de soja norte-americana pela China ao longo das últimas duas semanas.
“Toda soja adquirida (nos EUA) diminui a necessidade dos chineses de comprar do Brasil. Porém, os embarques do grão estão previstos para a partir de novembro, pegando um período de sazonalidade, com estoques mais baixos aqui no Brasil”, explica.
A leitura do analista é que os chineses estão aproveitando o ‘gesto de boa vontade’ do governo dos Estados Unidos para cobrir a demanda, já que a oferta aqui no Brasil no fim do ano é menor.