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Veja como a taxação de grãos da Argentina pode favorecer o Brasil

Decisão do governo Alberto Fernández desagradou produtores locais e pode mexer com o mercado futuro da soja e do milho

O mercado agrícola começa a semana monitorando o aumento de imposto sobre as exportações agrícolas argentinas, as chamadas retenciones. A medida foi publicada no último fim de semana no diário oficial do país e já está em vigor.

A decisão, no entanto, não agradou a Sociedade Rural Argentina (SRA). “Quando Alberto Fernández (atual presidente) foi candidato, ele disse que iria nos consultar, e isso não aconteceu. Com o ministro (Luis Basterra) nos encontramos na quinta-feira e ele não disse nada para nós”, disse Daniel Pelegrina , presidente da SRA, à Rádio Mitre.

Em entrevista ao Mercado & Companhia nesta segunda-feira, o analista da Agroinvest, Marcos Araújo falou que essa decisão pode favorecer a cotação da soja no mercado futuro, já que criará barreiras para compradores acessarem o mercado argentino.

“Com esses novos impostos, os produtores da Argentina devem acabar pagando essa conta, já que neste momento existem outras opções no mercado mundial. Se a soja argentina ficar muito cara, os importadores podem comprar a soja americana sem impostos e, por causa disso, a conta vai acabar entrando no bolso do produtor argentino”, falou.

A alta no mercado futuro pode vir e favorecer o produtor brasileiro, mesmo que o nosso país já esteja com praticamente 45% da safra 2019/20120 vendidas. “Pode haver uma alta no preço da bolsa de chicago caso a demanda da soja saia da Argentina e migre para os Estados Unidos. As taxações das exportações da Argentina trazem efeito positivo para formação de preço de soja e milho no Brasil e tira a competitividade dos nosso vizinhos”, disse.

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