O dólar comercial fechou em forte queda de 2,20% no mercado à vista, cotado a R$ 5,1520 para venda, engatando o terceiro recuo seguido, em sessão de forte apetite por risco no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desmentir um assessor da Casa Branca sobre o acordo comercial com a China e afirmar que o tratado “está intacto”. O resultado de indicadores econômicos do mês na Europa e nos Estados Unidos também animou investidores no exterior.
Segundo o economista Roberto Troster, a situação do real nessa desvalorização depende de alguns fatores internos e externos. “Há dois conjuntos de fatores que determinam a cotação dos dólares e um deles é o resultado da conta corrente. Com o déficit tem diminuído no decorrer do ano, quer dizer uma demanda de dólares menor e uma depreciação no preço do dólar. Assim, se o dólar começou o ano na casa dos R$ 4,00,o razoável olhando apenas as transações correntes, seria que o dólar ficasse abaixo dos R$ 4,00”, disse.
No entanto, o segundo fator é que tem segurado a moeda norte-americana nos patamares mais altos da história no Brasil. “O outro fator é o mercado futuro, que depende de taxa de juros, Risco País e ruídos políticos. Foi isso que fez o dólar chegar a quase R$ 6,00 reais. Esse ruído diminuiu muito e do dólar começou a cair. Por isso, se não houverem novos ruídos nas próximas semanas, é natural que o dólar volte a cair novamente e a procurar a casa dos R$ 4,00”, analisou Troster.