Promover a carne bovina produzida em Mato Grosso nos mercados nacional e internacional é um dos objetivos do “MT Steak”. Promovido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), o concurso propõe a “criação” de um novo corte que possa ser produzido e replicado pela indústria frigorífica e que seja capaz de representar as características da pecuária do estado: sanidade, qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade.
Em entrevista ao estúdio rural deste sábado (04), Bruno de Jesus Andrade, que é diretor-executivo operacional do Imac, contou que 33 pessoas participaram da primeira fase do concurso. Entre eles, churrasqueiros e açougueiros, que propuseram diversos cortes inovadores e encaminharam vídeos de até 5 minutos para a análise da comissão julgadora.
Além da inovação, a comissão julgadora – formada por técnicos indicados pela indústria frigorífica – observou critérios como versatilidade do preparo, viabilidade econômica e segurança na obtenção do corte.
“Na primeira etapa selecionamos cinco grandes finalistas que seguem para a segunda etapa em que realizaremos um reality show onde eles deverão preparar esses cortes para os jurados. Com isso teremos um corte vencedor, inovador, versátil e economicamente viável para que possamos utilizar como uma estratégia para a nossa comunicação da cadeia produtiva da carne”, explica.
Segunda etapa do concurso do Imac
Para a segunda etapa, Bruno adiantou que serão encontrados cortes dianteiros e traseiros.
“Três participantes sugeriram novos cortes do dianteiro e dois participantes sugeriram novos cortes do traseiro. E a segunda etapa será bem interessante porque todos os cortes trazem características positivas em relação a maciez, suculência, modo de preparo e isso vai ser interessante quando trouxermos os outros jurados que são mais ligados a gastronomia”, explica.
A gravação do programa em formato de reality show será realizada em fevereiro. O vencedor será conhecido no dia 18 de março, quando o material for disponibilizado juntamente com a promoção do corte com auxílio do Imac e a parceria com restaurantes e casas de carne para que a demanda seja criada diante do produto.
COP 27 e programa de reinserção
Durante a entrevista, Bruno explicou que na COP 27 um dos projetos do Passaporte Verde, visa garantir que a carne comercializada passe por critérios de avaliação e que a rastreabilidade socioambiental da cadeia produtiva de Mato Grosso seja feita.
Esse projeto é uma estratégia pactuada entre o setor produtivo e público para eliminar o desmatamento ilegal de propriedades pecuárias, valorizar a biodiversidade, melhorar o balanço de emissões gases de efeito estufa e garantir a inclusão social de pequenos e médios pecuaristas.
“Sabemos que as indústrias frigoríficas têm na sua agenda a necessidade de iniciar a verificação dos critérios socioambientais de toda a sua cadeia de fornecimento e o Imac por congregar as indústrias e os produtores, têm trabalhado nessa solução para o estado como um todo”, comenta.
O Programa de Reinserção e Monitoramento auxilia produtores que possuem áreas dentro da propriedade, e que são desmatadas ilegalmente a comercializar com as indústrias frigoríficas. Ele é um dispositivo pensado em parceria com o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT) para trazer a fazendo bloqueada para a legalidade.
“Por meio de monitoramento dessa propriedade e, o produtor se comprometendo a recuperar essas áreas degradadas ilegalmente, ele passa a compor o grupo de fornecedores da indústria frigorífica do estado”, comenta.
A plataforma se torna um dispositivo importante para o Passaporte Verde por criar alternativas e soluções para reintroduzir os pecuaristas para o ambiente de normalidade.
Atualmente, 11 produtores já possuem a autorização de comercialização temporariamente e o grande trabalho de 2023 é sensibilizar os produtores para esse programa e atingir mais de 10 mil produtores na plataforma.
O diretor do Imac, comentou também sobre a mudança de líderes políticos em 2023 e o que o instituto espera dessa nova etapa na política brasileira.
“A sustentabilidade sempre foi um tema muito importante pra gente e nós acreditamos no código florestal e o combate ao desmatamento ilegal. É dessa forma que estamos trabalhando com os programas e mostrando a legalidade da nossa produção frente a legislação existente no Brasil e no estado. E esperamos que o Governo Federal encare a pecuária assim”, finaliza.
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