O momento é oportuno para a cafeicultura nacional – tanto para os produtores de arábica quanto conilon. Carlos Henrique Jorge Brando, diretor da Pea Consultoria, afirma que os preços são favoráveis ao Brasil, remunerando razoavelmente o produtor e segurando os países concorrentes.
Brando explica que o grande desafio está no “trabalho fora da porteira”, ou seja, no marketing. Não se pode vender a ideia de um país grande produtor focado apenas em eficiência e produtividade, visto o mercado está atento aos detalhes, no diferencial apresentado por alguns fornecedores menores. Segundo ele, precisamos desmistificar a ideia de que não se pode produzir um grão excelente em larga escala.
– Nós produzimos com qualidade tão boa ou melhor que os concorrentes, mas precisamos trabalhar para contar como – afirma.
Outra oportunidade interessante para o setor é o mercado de cafés finos – ou diferenciados, reconhecidos por agregar qualidade e sustentabilidade na produção. Os números das exportações aumentam todos os anos, assim como o consumo internacional.
Comparado a anos atrás, onde existiam vários bleedings diferentes em cada região, o consumo mundial de café caminha para uma padronização. Desta forma, simplifica-se o processo e reduz os custos para o produtor e para a indústria.
O aumento na comercialização de capsulas e a popularização das lojas de café também são positivas para o Brasil, já que, de certa forma, padronizam o produto em grande quantidade.
– Isso é ótimo para o Brasil, porque ninguém pode nos bater em qualidade e volumes consistentes. É uma chance única para nós – ressalta.