Frederik de Jager é filho de uma família de holandeses que se instalou nos arredores de Castro, no interior do Paraná. Com quase 30 anos de experiência na suinocultura, diz que o segredo do negócio é um só: matemática.
Por isso, apostou em um sistema totalmente automatizado no projeto de granjas modelo para os frigoríficos da região. Apenas um funcionário, com tranquilidade, cuida de 4 mil animais. Com os equipamentos é possível economizar ração, mão de obra e agilizar o processo já que todos os animais são tratados ao mesmo tempo.
– Neste sistema, 300 gramas a menos de consumo de ração, isso implicaria, vamos dizer em mil suínos, isso dá uma soma de 30 toneladas de ração a menos sobre um lote inteiro – explica.
Cooperado da Cooperativa Castrolanda, Frederik recebe os suínos com 22 kg. Eles engordam cerca de 1 kg por dia e quando são enviados para o abate pesam 115 kg, acima da média que os demais produtores conseguem na vizinhança.
O sucesso está na quantidade de alimento, que é oferecida na quantidade exata. É o próprio sistema que controla o alimento que cai nas baias, sem perdas. Se fosse tudo manual, além de cansativo para os funcionários, haveria desperdício. A economia inclui também a água oferecida aos animais, que só sai da torneira quando eles encostam no bocal.
O investimento para construir os barracões já chega a R$ 1,2 milhão pelo Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro).
Cada barracão de confinamento tem aproximadamente 100 m². Dois já estão prontos. E um terceiro está em fase final das obras. A estrutura já comporta quatro mil animais. Projeto que saiu do papel com ajuda dos recursos disponibilizados pelo Banco do Brasil.
– Esse é um barracão inovador que a estrutura, a logística do banco, o financeiro, ajudam a proporcionar. Existe um gasto, mas o benefício é recompensado em menos de um ano – afirma.
Tudo na granja é pensado de acordo com o bem estar animal. Quando atingem o peso ideal, os suínos saem por conta própria das baias e esperam livremente nos corredores o transporte até o frigorífico.
Além de melhorar o cuidado, aumentou também a lucratividade. Em média ele recebe R$3,56 por quilo. Valor superior ao que as cooperativas costumam pagar. Outro detalhe importante é a sustentabilidade ambiental: a água utilizada na limpeza é totalmente captada da chuva. E os dejetos são recolhidos e ficam em repouso por 120 dias até serem reaproveitados como adubo na propriedade.
Frederik trabalha no campo desde os 18 anos. Filho de agricultor, irmão de outros produtores rurais, pretende ainda realizar mais um sonho: construir um biodigestor. Um projeto para breve, mesmo com as reclamações da esposa, que quer mais tempo para viajar com ele.
– Estou pensando, mas minha esposa tá meio brava comigo! Mas penso em dobrar essa produtividade ainda, com o apoio do banco também. Existe viabilidade desse projeto. Meu sonho é esse! Eu sempre cresci com o Banco do Brasil. Ele sempre me apoiou e sempre foi meu parceiro. Estou feliz com eles – exalta.