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Concorrência à vista: nova política na Argentina

No início desta semana, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou o fim da cobrança de impostos nas exportações agrícolas – exceto para a soja, que teve o tributo reduzido  de 35% para 30%. A notícia mexe com a economia, já que o país é um grande produtor de alimentos.

O economista e pesquisador da GV Agro, Felippe Serigati, afirma que a disputa não será no mercado interno brasileiro. Apenas o trigo sentirá um impacto mais forte. “Existe lá um buraco nas contas públicas, a ser trabalhado, a ser fechado, e não dá para abrir mão da receita que o complexo de soja argentino gera para o governo local”, afirma.

A desvalorização do peso frente ao dólar favorece as exportações, aumentando a receita dos produtores. Porém, pode ter um reflexo negativo nos custos da pecuária. Agora, com um câmbio mais atrativo, a concentração de grãos no mercado interno pode diminuir e tornar a ração dos animais mais cara.

Junto com a isenção dos impostos, o governo liberou as importações sem a necessidade de autorizações. Com a mudança no câmbio, o valor de máquinas e equipamentos importados ficará mais alto, mas com isso, os agricultores poderão comprar máquinas mais facilmente. 

Outro ponto destacado pelo economista é a direção da política externa nacional e do Mercosul. “A Argentina favorecendo esse processo, aproximando-se mais dos Estados Unidos e da União Europeia e colocando uma importância um pouquinho menor para outros parceiros comerciais, como Rússia, Irã, Venezuela e a China”, conta.

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