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Entrevista exclusiva com diretor da Bolsa de Chicago

Entre 60% e 75% dos produtores rurais dos Estados Unidos utilizam mecanismos de seguro de preço (hedge, na denominação em inglês). O diretor do CME Group, David Lehman, explica que os dois principais métodos são contratos a termo com armazéns e as operações no mercado de futuros e opções. 

– O produtor não sabe realmente qual será o tamanho da sua produção quando ele vai para o ano de comercialização, por isso a estimativa de 60% a 75% do hedge da produção – explica Lehman.

Grande parte dos produtores faz o seguro de preços através da empresa de armazenagem que compra os grãos. São vários tipos de contratos a longo prazo com preços mínimos. O armazém é quem procura Bolsa de Chicago para fechar o seguro.

mercado de opções tornou-se um instrumento cada vez mais popular entre os produtores norte-americanos, principalmente as opções de curto prazo que têm baixos custos de prêmio para produtor. Eles veem as opções como um seguro, já que oferecem um piso sobre os preços e não os impede de tirar vantagem de um preço mais elevado caso o mercado se torne favorável. 

Lehman também lembra que, na década de 1990, o Congresso dos EUA autorizou um programa piloto de opção na Lei Agrícola, incentivando os produtores a utilizarem opções ao invés de programas de apoio direto do governo.

Os interessados participaram de um seminário educacional para se qualificar e, em seguida, compraram a opção através de um corretor. O governo reembolsou uma parte do custo do prêmio com base em alguns critérios.

– A iniciativa do Banco do Brasil de oferecer contratos de opção para o produtor travar o seu preço vem nessa linha. O que está faltando, e já se discute com o governo, é um incentivo: o governo pagar um pedaço do prêmio, assim como nos Estados Unidos, é uma maneira de fazer uma política agrícola mais barata, fora dos mecanismos tradicionais da política de garantia de preços mínimos (PGPM) – pontua o especialista em agronegócio, Ivan Wedekin.

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