A história da família de Gibran Thives de Araújo se confunde com a de Guarapuava, no sul do Paraná. Os antepassados dele começaram a trabalhar nos campos ainda no século 19, quando os Bandeirantes desceram para o estado, e foram pioneiros na região. O primeiro padre do povoado, Panciano de Araújo, acabou largando a batina para se casar, dando início a família Araújo.
A sede da fazenda foi construída pelo bisavô em 1902, quando ninguém imaginava que Candói – então um distrito – viria ser um município. No começo, a pecuária era a única atividade, depois veio agricultura, como forma de aproveitar todo o potencial que a terra oferece.
Hoje a agricultura representa 80% da propriedade de Candói, que tem 535 hectares. Na área onde será plantado milho e soja, parte da colheita que é feita no verão, os animais pastam. O rebanho de corte chega a mil cabeças. A aposta de Gibran é o trabalho no sistema integrado da lavoura e pecuária. Quando começa o plantio, os animais vão para o semi-confinamento e confinamento. Cerca de 100 bois são abatidos mensalmente para cumprir o cronograma de cotas da cooperativa.
– É uma forma também de termos uma renda mensal que ajuda atividade como um todo, já que a agricultura é semestral e essa pecuária intensiva traz um retorno constante durante o ano todo – conta Araújo.
Os Araújos estão sempre buscando inovações tecnológicas, além de cursos para garantir o bem estar animal e a qualificação dos funcionários para que trabalhem melhor tanto com o maquinário quanto com o gado. O Banco do Brasil é o parceiro que entra para tornar os sonhos da família possíveis. Com o programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária, o Inovagro, Gibran construiu um curral e comprou manipulador telescópico para o transporte dos fenos – foi um investimento de R$ 1 milhão.
– A parceria com o banco é um fato extremamente importante, porque os investimentos não vêm em seis meses, são investimentos de longo prazo. Se você faz um planejamento de cinco, dez anos alguns deles, para retornar principalmente no lado de infra-estrutura, de formação de rebanho, de fertilização dos campos. Se não existe esse aporte do lado do Banco do Brasil, essas ideias nossas não se tornariam fatos – afirma Araújo.
Foi com o programa Agricultura de Baixo Carbono, o Programa ABC, que Gibran investiu na compra de equipamentos e matrizes – outro investimento de R$ 1 milhão. Quem acompanha de perto e também não sai da lavoura é o Márcio Rockenback. Gerente do BB, ele sente orgulho do trabalho da família.
– Quando um cliente nosso, produtor rural assistido por nós, tem êxito na sua atividade, esse êxito nos gera uma grande alegria e faz com que, inclusive, o nosso trabalho ganhe outro significado. Nós temos uma relação tão íntima com o homem do campo, seja na pecuária, seja na agricultura. E essa relação vem de tantos anos, que em alguns momentos transcende o trabalho e passa a ser uma amizade – diz Rockenback.
Gibran e os irmãos têm fazendas no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Os negócios são em sociedade. É uma empresa familiar que não precisa se preocupar com a sucessão. O pequeno Samuel, de quatro anos, filho de Gibran, já pegou o gosto pelo campo. A união entre eles já garante algo a mais ao pecuarista: a felicidade de partilhar os momentos no campo.