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Produção de morangos cresce 1000% com investimento

A família de Renato Santana, de Bueno Brandão, no sul de Minas Gerais, já passou por poucas e boas. Quando começaram na produção de morangos, eles enfrentaram um grande problema: sem transporte não conseguiam vender a colheita – e, diversas vezes, levaram calote dos atravessadores. Mas a situação se transformou quando o produtor começou a parceria com o Banco do Brasil.

– Entre lá no banco, tirei o Pronaf, aí a história mudou totalmente. A gente começou a transportar o produto direto para o mercado e veio só melhorando cada dia mais – conta Santana.

O gerente do BB, Geraldo Adami, que trabalha na região há 30 anos foi quem ajudou a liberar os R$ 102 mil do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf Mais Alimentos. Os recursos foram usados para comprar uma caminhonete novinha – o primeiro veículo zero quilômetro da vida dele.

– Encontramos o Renato e ele perguntou “é muito complicado tirar o financiamento?” e falei que não, é simples de tudo, vai lá. Em pouco tempo o Renato já estava assinando o contrato e comprando a caminhonetinha dele pra ajudar no transporte do produto – relembra Adami.

O dinheiro que deixou de perder para os atravessadores virou investimento na propriedade: comprou um trator, equipamentos para ajudar na lavoura e implantou um sistema de irrigação que garante a produção controlada o ano todo. No início, eram apenas três mil pés. Esse número cresceu mais de 1000%. Hoje são 34 mil pés. A colheita, feita três vezes por semana, rende até 700 caixas. O preço não é fixo, mas Renato já conseguiu R$ 6 por caixa, dependendo da época.

O Renato cresceu tanto que hoje não revende apenas os morangos que a família produz. Ele atua como uma espécie de facilitador. Todos os produtores da região, vizinhos a propriedade, acabam passando morango para que ele revenda na região. 

– Hoje, pego morango de vários produtores, beneficio o morango pra eles, tirando uma porcentagem pequena para mim e com isso todo mundo está ganhando. Se não fosse essa linha de crédito do banco, já teria desistido – afirma Santana.

Ana Claudia é a esposa de Renato. Ela é exigente, não desperdiça nada. Os morangos que não estão bonitos são congelados, viram polpa. Junto com a pequena de Amanda, de um ano e meio, e a Karen, de doze, a família trabalha unida.

– A Karen, que é a mais velha, ela adora, trabalha junto com o pai dela coletando o morango. Ela gosta da lavoura – diz Ana.

A garota estuda de manhã e quando chega vai direto ajudar os pais. A alegria é prova de que a sucessão familiar é uma questão mais do que bem resolvida nessa família.

– Gosto muito de ajudar ele. Quero continuar, não quero parar essa tradição que começou faz uns 20 anos. Quero sempre seguir – anima-se Karen.

A agrônoma Marcelina Batista, que trabalha na Emater, ressalta que um dos trunfos do negócio da família Santana é não ter gastos com mão de obra de fora, está tudo envolvido da porteira para dentro.

– O dinheiro que tinha que gastar com mão de obra vinda de fora fica ali mesmo, investido na família, na qualidade de vida, melhoria da estrutura e,também, em investimentos com a lavoura – ressalta.

Os investimentos feitos até aqui garantiram a qualidade e visionário, como o gerente do banco enxerga Renato, é claro que o produtor não ficou parado: um novo contrato já está em negociação, desta vez para construir uma estufa.

– O pensamento da gente é crescer, então estamos pensando sim em fazer mais um projeto com o banco e mudar, construir umas estufas e melhorar cada vez mais a produção – afirma Santana.

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