Sustentabilidade é o tema do ano. Com a estiagem que atingiu o Brasil nos últimos dois ciclos, o produtor precisou adequar a sua produção ao cenário. Além disso, o mercado internacional tem exigido que os fornecedores respeitem pré-requisitos ambientais. Por isso, é hora de investir. O consultor da P&A Marketing, Pedro Ronca, afirma que os custos para adequação são cobertos pela economia gerada.
– Ganha em eficiência, melhora como produtor, melhora a gestão da propriedade. Então, os benefícios são muitos – diz.
Para que essa transformação aconteça é necessário que o agricultor tenha acesso à informação. Por isso, o Programa Café Sustentável foi criado por uma organização sem fins lucrativos holandesa, em 2012. O trabalho tem como foco ajudar a manter a rentabilidade da propriedade, respeitando o tripé ambiental, social e econômico – afinal, “produtor sem lucro não é sustentável”.
Atualmente, a iniciativa está presente em seis países. No Brasil, é desenvolvida por uma rede de colaboradores, entre eles a P&A Marketing. A principal atividade é o currículo de sustentabilidade do café. O documento foi elaborado por 19 instituições e demorou mais de um ano para ser consolidado.
Nele são apresentadas três tipos de ações: proibidas, recomendadas e prioritárias, que vão desde gestão econômica até o uso consciente de água. A expectativa é que, ainda neste ano, sejam treinados 400 técnicos para disseminar as práticas. Em 2016, serão mais 700. Ronca explica que a ideia é atender, nos próximos cinco anos, 90 mil produtores, com foco nos pequenos – que segundo o consultor, representam 80% dos cafeicultores.
– O grande já tem estrutura, mas o pequeno, se não aplicar, pode ficar para trás – explica.