A promessa de simplificar a construção de estrutura de combate a estiagens será um dos principais temas da Expodireto, em Não-Me-Toque. Atualmente, os produtores enfrentam o desafio do alto custo das obras e entraves ambientais.
– A seca impõe a irrigação como grande tema deste ano, pois a diferença de produtividade é imensa – observa Nei Mânica, presidente da Cotrijal, que organiza a Expodireto.
Depois da feira, no dia 14 de março, o governador do RS, Tarso Genro, deve lançar o Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada – Mais Água, Mais Renda. Além de R$ 75 milhões ao ano na irrigação, vai simplificar o licenciamento ambiental emitido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para construção de açudes de até 10 hectares e áreas irrigadas de até cem hectares.
Novas linhas de financiamento para construção, reforma e ampliação de açudes e aquisição de equipamentos terão subsídios sobre a primeira e a última parcelas de 50% a 100%, de acordo com a renda.
Conforme o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, a estiagem que afetou a atual safra contribuiu para reforçar a importância da irrigação:
– Em todos os cantos do Rio Grande do Sul, produtores falam disso. Hoje todos são conscientes de que se deve produzir com água acumulada – declarou.
Secretário de Obras, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato ressalta a importância de descentralizar as decisões para acelerar as obras. A diferença dessa medida em relação a ações anteriores, reforça Busato, é que a estiagem será enfrentada como um problema de longo prazo, e não como episódio emergencial:
– Vamos trabalhar de forma planejada. Se atacarmos as zonas mais necessitadas, o trabalho será mais eficaz – afirmou Busato.
A demora na concessão de licenças ambientais é atribuída à falta de pessoal e a problemas de outorga no Departamento de Recursos Hídricos, pelo presidente da Fepam, Carlos Fernando Niedersberg. O problema levou ao acúmulo de oito mil licenças ambientais a serem emitidas.