O segundo dia da Abertura Oficial da Colheita do Arroz em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul, focou no futuro e, pela primeira vez, o evento disponibilizou um espaço para a apresentação de startups voltadas à tecnologia aplicada ao campo e conheceu um novo conceito, o da agricultura 4.0.
De acordo com o diretor-administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Francisco Lineu Shardong, o evento conta com a presença de uma carreta da entidade onde são mostrados os avanços tecnológicos fundamentais para o setor. “Mostramos a necessidade de avançarmos nas tecnologias novas, porque até economicamente não há como ficar de fora desse mercado”
Durante o evento, foi apresentado um projeto voltado à otimização no uso de fertilizantes. O engenheiro de projeto Gabriel Lucas, que participou pela primeira vez da abertura da colheita do arroz, festejou a oportunidade de se aproximar de potenciais futuros clientes.
“A gente está apresentando aqui no evento uma técnica de pulverização seletiva. Essa ideia de startup no agro é bem complicada, porque são mundos separados. Nós estamos lá em Porto Alegre, um centro totalmente urbano, e os usuários da nossa tecnologia estão no campo. São mundos que não se conversam e esse é o desafio, mas estamos felizes com a Farsul e o Senar, que nos deram esse espaço para mostrar a tecnologia aos produtores”, disse.
O engenheiro agrônomo e colunista do projeto AgEvolution do Canal Rural, Donário Lopes, também esteve no evento e falou da importância da agricultura 4.0 para o futuro sustentável da atividade no campo. “A agricultura 4.0 são todos esses processos que estão sendo disponibilizados pelo poder computacional que a gente tem hoje, ou seja, ao longo dos últimos anos teve um grande aumento do poder dos computadores, redução significativa do tamanho dos sensores e tudo isso começa a ser usado numa coleta de dados que oportuniza a utilização de novas formas de fazer os processos da agricultura.”
Segundo ele, isso já é visível em algumas aplicações nas propriedades rurais. “No caso do uso de aplicações de defensivos ou de inseticidas você consegue identificar o local que realmente precisa dessas aplicações e os computadores fazem que as máquinas façam essa aplicação. Com isso, temos estimativas de redução de uso de defensivos na ordem de 20% a 70%, o que é uma grande redução de custos no bolso do produtor”, falou.