Elton Weber, presidente da Fetag-RS, abriu o painel trazendo números sobre a cultura no estado: a área plantada é de 30 mil hectares, espalhados por 267 municípios. A produção anual – 260 mil toneladas- envolve a participação de quase 15 mil produtores. O desafio, segundo Weber, é aumentar estes números e, principalmente, produzir uma erva com mais qualidade.
Para o presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS), Alfeu Strapasson, o principal entrave para aumentar a extensão de terra com a erva é a concorrência com outras culturas de ciclo mais curto, como a soja, por exemplo.
– A transformação nos pólos ervateiros do Vale do Taquari já esta acontecendo, com o aumento do numero de produtores, mas em regiões como Erechim a soja vem ocupando o local antigamente plantado com erva-mate, e queremos mudar esta realidade – explicou Strapasson para o público presente na Casa RBS, que assistiu a explanação sorvendo mate.
O presidente salientou a importância do pequeno produtor na cultura da erva-mate.
– O setor está nas mãos da agricultura familiar, e pode servir como alternativa aos fumicultores em várias áreas do Estado – afirmou.
A cultura é centenária no Brasil, país que é o segundo maior exportador do mundo, com 400 indústrias em funcionamento, sendo mais da metade no Estado gaúcho.
– São mais de 500 anos de história – disse Alfeu, que está realizando um trabalho de divulgação maior dos benefícios da erva-mate para a saúde, para que o chimarrão ou o chá do produto sejam consumidos também pelas novas gerações.
– No Uruguai isso já acontece, e temos que trazer este bom exemplo para o Brasil – acrescentou.
Também participaram do encontro o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi; o diretor do Departamento de Florestas e Áreas protegidas da secretaria do Meio Ambiente do Estado, Roberto Ferron; o coordenador de Programas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegocio, Adriano Szynkaruk; e o diretor técnico da Emater-RS, Gervásio Paulus. Segundo Paulus, a Emater está trabalhando a questão da sustentabilidade.
– Precisamos de menos impacto, principalmente em períodos de estiagem. Para isso, é fundamental a organização dos produtores – disse o diretor técnico da entidade.
Ainda na questão da preservação do meio-ambiente, Ferron completou:
– A cultura é importante como alternativa para implantação nas Áreas de Preservação Permanente. As APPs também podem apresentar um ganho econômico, através do manejo sustentável de espécies nativas – disse.
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A conclusão do grupo foi unânime: é preciso reforçar a genética das plantas para ter uma erva com mais sabor, consistência e acima de tudo, mais produtividade.
– Todas as colheitas do futuro já estão plantadas hoje. Precisamos colher bons frutos e, para isso, é necessário gestão, para chegarmos longe – concluiu Paulus.
O presidente da Fetag-RS finalizou o encontro com a garantia de trazer o tema para debate novamente no ano que vem.
– Foi a primeira vez que trouxemos a tônica da erva-mate para discussão neste formato na Expointer, mas o assunto tem que continuar – defendeu Weber.
Confira algumas curiosidades sobre a erva-mate:
– É conhecida como a rainha dos fitoterápicos, com 152 princípios ativos;
– É a árvore símbolo do RS
– Já vem sendo usada na indústria de cosméticos
– Até o fim do mês deverá ser encaminhado à assembleia legislativa o projeto de instalação do Ibramate – Instituto Brasileiro da Erva-mate -, para a criação de um fundo que garanta recursos para a promoção do produto
– Tem função digestiva, é um moderado diurético e estimulante das atividades físicas e mentais
– Auxiliar na regeneração celular
– Elimina a fadiga
– Contém vitaminas – A, B1, B2, C e E
– É rica em sais minerais como Cálcio, Ferro, Fósforo, Potássio, Manganês
– É um estimulante natural que não tem contra-indicações, segundo os especialistas
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