Para ele, os dados confirmam que o setor está em expansão e não foi afetado pela crise europeia, como ocorreu com a indústria.
— A maior necessidade do mundo por alimentos, principalmente no caso da China, que continua comprando, impulsiona o setor porque poucos países do mundo têm a capacidade de produção de alimentos como o Brasil. Com a indústria aconteceu o inverso. Com a supervalorização do real, as exportações diminuíram muito. As pessoas não deixam de comer, mas podem deixar de comprar uma roupa, um brinquedo, ou protelam essa compra — explicou.
Ele também citou os avanços tecnológicos, graças principalmente a estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que permitem aumentar a produtividade no campo.
— Cada vez o produtor precisa de menos terra para produzir graças aos avanços tecnológicos, à descoberta de sementes, por exemplo. O Brasil está aumentando a produção sem precisar aumentar a área — acrescentou.
Na avaliação de Naegele, o setor vai continuar impulsionando o PIB brasileiro nos próximos anos.
De acordo com dados divulgados nesta terça, dia 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado da agropecuária foi influenciado pelo aumento da produção de algodão, fumo, arroz, soja e mandioca, apesar das quedas nos plantios de cana-de-açúcar, café e trigo.
Os outros setores que compõem o PIB sob a ótica da produção tiveram aumento de 1,6% no caso da indústria, e de 2,7% no dos serviços. A economia brasileira teve expansão de 2,7% no ano passado, depois de uma alta de 7,5% em 2010.