– Existe matéria-prima angus para ser aproveitada pela indústira. Precisamos criar opções, como redes de fast food, por exemplo. Na vinda do Papa ao Brasil, por exemplo, faltou carne angus na rede McDonald’s – destacou Salvador, que participou do Fórum Carne Angus, Integração e Lucro, realizado pelo Canal Rural e pela Associação Brasileira de Angus, na tarde desta quinta, dia 29, na Expointer, em Esteio (RS).
>> Acompanhe a cobertura complea da Expointer 2013
O diretor explicou a importância da certificação da carne e a evolução deste mercado nos últimos anos. Segundo ele, o Programa Carne Angus Certificada investiu massivamente em genética na última década e, hoje, possui mais de três mil produtores parceiros, com uma produção mensal de 742 toneladas de carne angus por mês.
– O brasileiro consome 42 quilos de carne bovina por ano e já procura carnes diferenciadas em datas especiais.
Em termos de mercado internacional, Salvador disse que as perspectivas são boas. De acordo com o USDA, o Brasil é o terceiro país exportador de carne, vendendo 18% da sua produção para o exterior, e considerado o maior rebanho comercial do mundo.
– Estamos atrás da Índia nas exportações, porém, nossa carne é superior. Eles estão exportando búfalo. Temos uma raça de excelente valor, que está no Brasil desde 2006. O mercado internacional para carne angus é vasto – destacou.
Salvador citou a trajetória do Programa Carne Angus Certificada que, desde sua criação, buscou qualidade e uniformidade da carne, escala de produção, constância de venda e marketing. Atualmente, o programa atende toda a região Sul, grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste. O diretor apontou para a necessidade de explorar novos cortes de carne. O objetivo da Associação Brasileira de Angus, segundo ele, é vender a carne bovina como alimento de alto valor biológico, essencial na nutrição, e estimular os produtores a buscarem genética para qualidade de carne.
Durante o fórum, os painelistas Julia Mendes Lopes, Edio Sander, Roque Andreola e Sérgio de Brito Prieto Saud apresentaram o trabalho, a trajetória e as perspectivas de suas copoperativas, que lidam com a indústria da carne angus.
Julia Lopes é presidente do Grupo Araucária, que cria terneiros. O grupo é formado por 12 produtores e já realizou três leilões para promover e fortalecer a marca Terneiro Araucária, sendo que o faturamento do último foi de mais de R$ 599 mil. Segundo ela, os associados devem seguir um manual, que foi elaborado a partir de um diagnóstico de campo.
Edio Sander, presidente da Cooperaliança, falou sobre o cooperativismo na produção de carne de qualidade. Segundo ele, a cooperativa é exemplo de remuneração por qualidade.
– Primeiro, o cooperado passa por um período de adaptação para ter um plantel em condições de assumir contratos. Para este ano, está estimado o abate de 13,270 mil animais, que devem gerar 3,4 milhões quilos de carne – disse Sander, acrescentando que a produção de novilho hiperproce é o que traz mais lucro ao produtor.
Roque Andreola, gerente de indústria da Cotripal, explicou o desenvolvimento da cooperativa na indústria da carne. Ele citou a marca Angus Supreme, que foi lançada em julho deste ano e colocou à disposição do consumidor 22 opções de carne angus, distribuídos entre cortes de traseiro e dianteiro, todos embalados a vácuo.
O diretor-executivo da Cooperative Resources International (CRI) Brasil, Sergio de Brito Prieto Saud, esclareceu o modelo de cooperativismo norte-americano no mercado de genética bovina. A holding conta com cem cooperativas e atende a nível mundial. São 35 mil sócios cooperados e 10,3 milhões de doses de sêmen comercializadas por ano. O faturamento ultrapassa U$S 160 milhões.