Nos dois primeiros dias da Agrishow, o volume de negócios concretizados em alguns bancos já é duas vezes maior que o desempenho apresentado no início da última edição da feira. E as empresas produtoras de máquinas apostam na prestação de serviços aliada à tecnologia para conquistar os produtores.
Com capacidade para plantar até 500 hectares por dia, uma plantadeira da John Deere é a maior do mercado brasileiro. Fabricada para atender as culturas de soja, milho e algodão, a máquina possui 61 linhas de plantio. A tecnologia é pioneira e permite a troca de informações instantânea com qualquer computador da propriedade.
“Nessa plantadeira, é possível fazer o planejamento das linhas do escritório, mandar os dados desse arquivo em tempo real daquele determinado talhão para o operador da máquina e, em contrapartida, a máquina também vai enviar dois tipos de informação, a agronômica – de como está a qualidade do plantio, com sementes por metro –, mas também informação de gestão da máquina”, diz Eduardo Martini, gerente de vendas da John Deere.
Outra empresa do segmento que aposta na integração entre máquinas e a produção no campo para aumentar a eficiência da atividade é a New Holland. Com o uso de um drone para coletar fotos da lavoura, o produtor tem nas mãos uma análise do vigor das culturas, mapas topográficos e monitoramento de pragas.
“Se a gente analisar hoje, por exemplo, que o retorno que um produtor tem ao utilizar o drone no levantamento topográfico, ele consegue economia de 75% do tempo pela rapidez e agilidade do equipamento e também 90% na redução de custo”, diz o especialista em produtos da New Holland, Marco Milan.
Para a cana-de-açúcar, principal cultura do interior de São Paulo, a novidade é uma máquina da Jacto com capacidade para adubar até 200 hectares por dia com três mil quilos de fertilizante. A adubadeira tem tecnologia brasileira e é destinada aos produtores de grande porte.
“Ela consegue aplicar até dez linhas simultâneas de cana-de-açúcar e tem um conceito pneumático por meio do qual o fertilizante é levado para a linha individualmente por um ventilador, que gera o fluxo de ar que leva esse fertilizante para linha. Ela tem capacidade de 3 mil quilos e consegue andar em velocidades maiores do que os métodos tradicionais para adubação em cana-de-açúcar”, afirma Paulo Henrique Fulanete, gerente de produto da Jacto.
Ao todo são mais de 800 marcas com mais de 400 mil metros quadrados de exposição. Em dois dias de feira, alguns bancos já superam em 100% o volume de negócios registrado no mesmo período do ano passado.
O Banco do Brasil, por exemplo, já tem R$ 20 milhões em negócios fechados e mais de R$ 500 milhões em fase de negociação. “A atuação dos nossos mais de cem funcionários trabalhando aqui na feira tem favorecido negócios. E nós estamos com a expectativa de fazer no mínimo 20% a mais de negócios do que no ano passado”, diz o diretor para o agronegócio do banco, Marco Túlio da Costa.
Já o BNDES espera alcançar a marca de R$ 1,7 bilhão em negócios na feira, volume 10% superior em relação à edição anterior. A instituição oferece até financiamento para importação de máquinas agrícolas. “A gente regulamentou há uma semana o que chamamos de Moderfrota importado sem similar nacional. Nós regulamentamos uma resolução e a partir de 15 de maio os recursos já estarão disponíveis. Nessa feira, a gente já vê que alguns fabricantes oferecem as condições do Moderfrota importado sem similar nacional”, diz Ricardo Gomes, diretor de agronegócio do BNDES.