– Todo o campeão deve ter um equilíbrio morfológico, uma beleza racial e uma beleza zootécnica – que são as partes bem distribuídas – e belezas funcionais, que são boca, prepúcio, testículo, tronco e abdômen – destaca o criador.
Na Expozebu, os julgamentos duram uma semana. Durante esse período, os animais ficam alojados nos pavilhões e são monitorados constantemente pelos tratadores. Um grande campeão recebe cuidado especial: banhos e escovação são feitos diariamente e a dieta é balanceada.
– Geralmente, a orientação é em torno de 1,5% a 2% do peso vivo de matéria seca por dia, servido de quatro a seis vezes por dia para que os animais não venham sobrecarregados para a pista, com o estômago muito cheio, o que daria alguma indigestão, e também não venham com estômago vazio, que pode ter maior acidez e um nível maior de estresse – explica o médico veterinário Célio Arantes Haim.
Lucyana Queiroz é jurada há quatro anos. Segundo ela, o julgamento das pistas é mais uma avaliação que serve como uma ferramenta para o melhoramento genético das raças zebuínas.
– A observação começa com o animal caminhando, porque no caminhar nós conseguimos observar a qualidade dos aprumos. Posteriormente, os animais param e nós fazemos a análise comparativa. O julgamento é comparativo. Se caso a categoria tenha apenas um animal, nós fazemos a avaliação racial e, principalmente com a idade, desenvolvimento do animal, de acordo com a idade – observa a jurada da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).
A avaliação nas pistas de julgamento é a consagração de um trabalho que começa na fazenda, no treinamento dos animais. O tratador Luciano Aparecido da Silva está há mais de 10 anos no ramo e sabe da importância da afinidade com o animal para a conquista de um título.
– Na hora em que chegam na exposição, principalmente os animais que vêm pela primeira vez, eles estranham o lugar, mas se ele confiar na pessoa que está ao lado, sabendo que é um amigo, ele vai se sentir à vontade na hora que estiver competindo – destaca.