Pereira falou sobre a importância dos programas e ações estratégicas para estimular a exportação do arroz brasileiro, apontando alguns dados que demonstram o crescimento na comercialização. Enquanto em 2004 a quantidade de exportações era menor do que a de importações, em 2008 o Brasil passou a ter um saldo comercial positivo, chegando hoje a dois milhões de toneladas exportadas contra 821 mil toneladas importadas.
Em relação à rizicultura gaúcha, Pereira frisou a importância da promoção internacional do produto, o debate sobre a logística do escoamento da produção e a construção do centro de difusão de tecnologias rizícolas.
— Este centro irá capacitar produtores, técnicos e engenheiros agrônomos para aumentar a produtividade e a qualidade do grão. Esses profissionais poderão ter uma formação de uma semana, ou mais, dependendo da necessidade, de forma acessível — afirmou.
Outra ação estratégica é o apoio ao cultivo do arroz orgânico, seguindo as tendências do mercado internacional, e o investimento em uma maior diversificação dos produtos de origem do arroz.
O representante da Abiarroz, Fernando Henrique Schwanke, também falou sobre o planejamento estratégico para estimular a internacionalização do grão, destacando a administração setorial da cadeia produtiva.
— É importante que haja uma governança que garanta a integração e o equilíbrio entre todos os elos da produção, com uma remuneração justa para cada elo — explicou.
Novos mercados
Schwanke falou sobre os novos mercados alvos do Brasil: África do Sul, Nigéria, Angola, Cuba, Peru,Chile, Espanha, Arábia Saudita e Jordânia. Segundo o painelista, a Abiarroz pretende realizar uma série de ações contínuas com foco nesses mercados, com a preparação das indústrias e cooperativas para se adequarem às exigências de rastreabilidade, certificação e qualidade. Para isso, a Abiarroz deve estimular a capacitação de técnicos e produtores e os estudos sobre as variáveis de qualidade dos mercados.
Atualmente, os principais mercados do arroz brasileiro são a África, que importa 73% do produto, América Central, com 17,4%, Europa, com 4,7% e América do Sul, com 3,4%. No primeiro semestre o Brasil exportou 887 milhões de toneladas do produto, alta de 20% na comparação com o mesmo período do ano passado.